segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Artesanato Ecológico


      Freirogeriense incrementa a renda com artesanato em bambu
Vagner Molin

Gerson Fertig é carpinteiro e por curiosidade desenvolveu habilidades artesanais Gerson Fertig é carpinteiro e por curiosidade desenvolveu habilidades artesanais / Foto: N/A
 Transformar matéria-prima da natureza em peças de artesanato.Esse é o trabalho que o agricultor Gerson Mauro Fertig realiza com bambu. Com apenas seis anos, ele aprendeu com seu pai a profissão de carpinteiro e adquiriu habilidade para trabalhar com madeira, o que colaborou e o transformou em um artesão de mão cheia. Como é difícil sobreviver somente da agricultura, comentou com a esposa que teriam que fazer algo diferente, encontrar uma maneira de obter renda extra para incrementar as finanças. Pois a família possui dois hectares de terra, de onde ele, sua esposa e os três filhos tiram o sustento com produção de leite e mel.
O fato de o bambu ser um produto ecológico incentivou o carpinteiro a fazer artesanato. No entanto, Gerson conta que além da necessidade, a curiosidade foi o que o levou a confeccionar as peças. Ele revela que tudo começou com o cultivo de produtos orgânicos. Depois que participou de um curso onde aprendeu a manusear bambu, Gerson teve a ideia de fazer artesanato e comercializar. Em um de seus testes descobriu que o própolis substitui o verniz, e pode ser utilizado para impermeabilizar as peças.
Para adquirir habilidade, Gerson recorda que começou fazendo cortes e copos, e assim passou a produzir as peças, pedidos foram surgindo e seu trabalho começou a ser conhecido nas exposições em eventos locais.
Mas o talento também exige criatividade e desafios. Até um caminhão de bombeiros Gerson auxiliou seu filho Whillyam Freddy Fertig, estudante da 7ª série do Ensino Fundamental, a produzir. Ele conta que deveria ser simples, mas o invento acabou sendo escolhido o melhor da região em um concurso sobre materiais reciclados.
Para visitantes que prestigiam as festas realizadas em Frei Rogério, uma das peças que mais chama atenção é a réplica do Sino da Paz, criada por Gerson. Ele lembra que também foi por curiosidade, e mesmo sendo descendente de alemão, reproduziu o monumento histórico em bambu. "Trabalhei uns cinco dias para conseguir fazer uma réplica perfeita. Os turistas se encantam com o trabalho. O que interessa é a divulgação, pois a cada evento vêm pessoas diferentes", observou Gerson, complementando que as peças de bambu estão em alta no mercado. Para finalizar, o artesão afirma que a Colônia Nipônica deve ser motivo de orgulho, pois é através dela que Frei Rogério se tornou conhecido, e porque abriga o monumento de grande valor cultural, que prega a paz mundial. "Tudo que lembra a paz é algo gigantesco. O trabalho dos japoneses, com resgate da cultura é fantástico.", analisa Gerson.
O artesão revela que sente orgulho de fazer esse trabalho. "É gratificante, tem tudo a ver com natureza. É o que estou vivendo, pois faz três anos que não utilizo agrotóxico. Nas pequenas propriedades poder trabalhar sem agrotóxico é um privilégio que poucas pessoas têm", argumenta o agricultor, destacando que o homem do campo que vive em pequenas propriedades precisa buscar novas alternativas de renda.

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