domingo, 31 de outubro de 2010

Jack Johnson - Upside Down

Upside down

Who's to say
what's impossible?
Well they forgot
this world keeps spinning
And with each new day
I can feel a change in everything
And as the surface breaks reflections fade
But in some ways they remain the same
And as my mind begins to spread its wings
There's no stopping in curiosity

I wanna turn the whole thing upside down
I'll find the things they say just can't be found
I'll share this love I find with everyone
We'll sing and dance to mother nature's songs
I don't want this feeling to go away

Who's to say I can't do everything?
Well I can try, and as I roll along I begin to find
Things aren't always just what they seem

I want to turn the whole thing upside down
I'll find the things they say just can't be found
I'll share this love I find with everyone
We'll sing and dance to mother nature's songs

This world keeps spinning
And there's no time to waste
Well it all keeps spinning spinning
Round and round and upside down

Who's to say what's impossible and can't be found?
I don't want this feeling to go away

Please don't go away (3x)

Is this how it's supposed to be? (2x)

De Cabeça Para Baixo

Quem vai dizer
O que é impossível?
Bem eles esqueceram
Que este mundo continua girando
E a cada novo dia
Eu posso sentir uma mudança em tudo
E enquanto a superfície quebra, reflexos enfraquecem
Mas de algum modo eles permanecem os mesmos
E à medida que minha mente começa a abrir suas asas,
Não há limites para a curiosidade

Eu quero virar a coisa toda de cabeça para baixo
Eu vou encontrar as coisas que eles dizem que não podem ser encontradas
Eu compartilharei este amor que eu encontro com todo mundo
Nós cantaremos e dançaremos às canções da mãe natureza
Eu não quero que este sentimento vá embora

Quem vai dizer que eu não posso fazer tudo
Bem eu posso tentar, e enquanto eu giro eu começo a descobrir
As coisas nem sempre são como parecem

Eu quero virar a coisa toda de cabeça para baixo
Eu vou encontrar as coisas que eles dizem que não podem ser encontradas
Eu compartilharei este amor que eu encontro com todo mundo
Nós cantaremos e dançaremos às canções de mãe natureza

Este mundo continua girando
E não há tempo a desperdiçar
Bem tudo continua girando girando
em círculos e de ponta cabeça

Quem vai dizer o que é impossível e não pode ser encontrado?
Eu não quero que este sentimento vá embora

Por favor não vá embora (3x)

É assim que deve ser? (2x)

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Prêmio Brasil de Meio Ambiente ressalta papel do país na busca global pela Sustentabilidade


Jorge Lourenço, Jornal do Brasil

A 5º edição do Prêmio Brasil de Meio Ambiente reuniu, no centro de convenções da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), protagonistas nacionais e internacionais na luta pela sustentabilidade. Promovido pelo Jornal do Brasil e pela Casa Brasil, o evento premiou projetos divididos em 12 categorias (confira os vencedores abaixo).
Além de divulgar a iniciativa das entidades, o evento ainda homenageou Petrobras e Furnas como empresas do ano. Personagem central em qualquer discussão sobre energia em todo o mundo, o Brasil tem parte do seu crescimento atrelado às duas empresas.
Presente no evento, o presidente da Petrobras Biocombustíveis, Miguel Rossetto, lembrou que a questão energética põe o país em “posição invejável”, bem à frente do resto do planeta, quando o assunto é sustentabilidade.
– Nós temos hoje o maior potencial de produção de biocombustíveis no mundo, energia esta que será a mais valorizada no decorrer do século 21, já que é uma fonte sustentável – apontou Rossetto. – Com o pré-sal, também temos uma das maiores reservas de petróleo. Não dá para negar que, hoje, temos um enorme papel a desempenhar no futuro.
Principal convidado do Prêmio Brasil de Meio Ambiente, o chefe do Departamento de Desenvolvimento Sustentável e Regeneração da olimpíada londrina, Daniel Epstein se reuniu com empresários brasileiros para mostrar um pouco do que está sendo feito em Londres para os Jogos de 2012. Após trocar experiências sobre os projetos do Rio de Janeiro para fazer um evento sustentável, Epstein reforçou a ideia de que o Brasil deve aproveitar 2016 para se firmar como país-chave na questão da sustentabilidade.
_ O Brasil está em posição admirável em relação aos outros países - garantiu Epstein. - Vocês têm uma biodiversidade incrível, são vitais na questão energética e sediarão os eventos mais importantes do mundo nos próximos anos. É a hora de o Brasil servir de exemplo para o mundo.
Empenhado em não apenas homenagear, mas também a dar o exemplo quando o assunto é sustentabilidade, o Jornal do Brasil levou seu conteúdo para a plataforma digital, tornando-se o primeiro grande jornal brasileiro a abandonar o papel.
– Acreditamos que é importante homenagear as empresas empenhadas na luta pela sustentabilidade, mas nós mesmos temos que fazer a nossa parte – disse a diretora-presidente do JB, Ângela M. P. Moreira, que participou da mesa de abertura, ao lado do presidente do conselho de Meio Ambiente da Firjan, Isaac Plachta,  da gerente de meio ambiente da Petrobras, Elisabete Calazans, da secretária de Meio Ambiente do estado,  Marilene Ramos, e do vice-prefeito do Rio, Carlos Alberto Muniz.
– A intenção do prêmio é fazer com que iniciativas como estas cheguem aos olhos de mais pessoas e possam ser replicadas no futuro – frisou Ângela.

Ação vencedora terá bis na Lagoa de Jacarepaguá
Uma das obras mais elogiadas do Prêmio Brasil de Meio Ambiente, o projeto de despoluição do Canal do Fundão já tem novo destino: a Lagoa de Jacarepaguá. Fruto de uma parceria da Secretaria Estadual de Meio Ambiente com a construtora Queiroz Galvão, o programa de revitalização ambiental da região vem despoluindo o canal e auxiliado no desenvolvimento das comunidades do entorno.
– O sucesso da iniciativa foi tão grande que nós já estamos fazendo projetos para levá-lo a outros lugares da cidade. O mais adiantado deles, hoje, é o da Lagoa de Jacarepaguá – disse o subsecretário de Projetos e Intervenções Especiais do Estado do Rio, Antônio Ferreira da Hora. – Retiramos todo o material sujo e colocá-lo em cápsulas isoladas, sem prejudicar o meio ambiente.
Surpresa com a premiação, a secretária estadual de Meio Ambiente, Marilene Ramos, lembrou que a obra na Lagoa do Fundão foi a primeira a efetivamente começar um processo de despoluição da Baía de Guanabara.
– O que a maioria dos projetos faz é tratar o esgoto que é despejado na Baía de Guanabara ou reduzir a emissão de detritos nas águas – lembrou Marilene. – No Canal do Fundão, foi diferente: usou-se tecnologia de ponta para retirar a poluição. É bem mais efetivo.

Nadalutti diz que prêmio é prova de comprometimento
A tensão entre o desenvolvimento do país e a preservação do meio ambiente sempre marcou a relação das grandes empresas com ambientalistas. Presente no evento, o diretor-presidente de Furnas, Carlos Nadalutti Filho, disse que o Prêmio Brasil é a chance que as corporações têm de mostrar seu comprometimento com a questão ambiental.
– Há quem repudie a criação de hidrelétricas, mas o país não pode crescer sem elas. É possível fazer isso sem esquecer da questão ambiental – disse Nadalutti. – Ou isso ou nos contentamos em viver como nos tempos das cavernas.
Carlos Nadalutti Filho também lembrou que a questão da sustentabilidade envolve não apenas a preocupação com o meio ambiente, mas também com o lado social de cada região.
– É fácil falar sem ver. Quem geralmente critica não vê nossa preocupação com cidades inteiras e o contato com líderes indígenas.

 Confira os vencedores do Prêmio Brasil





MELHOR TRABALHO EM AR 2010 - Celulose Irani S.A. (SC) Título: "Inventário de Gases de Efeito Estufa e Ações Inovadoras Relacionadas"
MELHOR TRABALHO EM ÁGUA 2010 - ADENAM – Associação da Juventude Defensora da Natureza de Matelândia (PR) Título: "Água é Vida"
MELHOR TRABALHO EM RESÍDUOS 2010 - SAMA S/A Minerações Associações (GO) Título: "Programa Sambaíba: Artesanatos em Rocha de Serpentino e Fibra de Bananeira"
MELHOR TRABALHO EM EFICIÊNCIA ENERGÉTICA 2010 - Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro – FETRANSPOR (RJ) Título: "PROGRAMA ECONOMIZAR: eficiência energética no setor de transporte rodoviário do estado do Rio de Janeiro"
MELHOR TRABALHO DE MEIO AMBIENTE - ÂMBITO MUNICIPAL 2010 Prefeitura Municipal de Ivoti (RS) Título: "Programa Ivoti Cidade das Flores"
MELHOR TRABALHO DE MEIO AMBIENTE - ÂMBITO ESTADUAL 2010 Secretaria de Estado do Ambiente do Rio de Janeiro e Construtora Queiroz Galvão S.A. (RJ) Título: "Revitalização Ambiental e Desenvolvimento Sustentável para o Canal do Fundão e Seu Entorno"
TRABALHO DE MEIO AMBIENTE – ÂMBITO MICRO E PEQUENAS EMPRESAS 2010 Projeto Terra LTDA. (SP) Título: "Projeto Terra - A Vitrine do Comércio Solidário"
MELHOR TABALHO EM ECOTURISMO 2010 Japacanim Ecoturismo LTDA / Recanto Ecológico Rio da Prata (MS) Título: "Modelo de ecoturismo sustentável do Recanto Ecológico Rio da Prata (Jardim – MS)"
MELHOR TRABALHO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL 2010: Eletrobrás Furnas (RJ) Título: "Projeto Horizontes"
MELHOR TRABALHO EM BIODIVERSIDADE 2010: Bradesco Capitalização S/A (SP) Título: "Projeto da Bradesco Capitalização Promove Consciência Socioambiental no Plantio de Mais de 22 Milhões de Mudas de Árvores Nativas na Mata Atlântica"
MELHOR AÇÃO DE COMUNICAÇÃO EM MEIO AMBIENTE 2010: Iveco Latin América (MG)  Título: "Próximo Passo – o papel da comunicação na mobilização de públicos e nas mudanças de cenários"

 Homenagens Especiais
MELHOR EMPRESA DO ANO 2010: FURNAS Centrais Elétricas S.A.
MELHOR EMPRESÁRIO DO ANO 2010: Eike Batista, Presidente Grupo EBX
DESTAQUE ESPECIAL 2010: Carlos Arthur Nuzman, Presidente do Comitê Olímpico Brasileiro
DESTAQUE LATINO-AMERICANO 2010: Antônio Campos, Curador da Festa Literária Internacional de Pernambuco FLIPORTO
DESTAQUE FEDERAL 2010: Miguel Rossetto, Presidente da Petrobras Biocombustível
DESTAQUE ESTADUAL 2010: Mauro Viegas Filho, Presidente da Concremat
DESTAQUE INOVAÇÃO 2010: Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro - FETRANSPOR
DESTAQUE EM MPE – MICRO E PEQUENAS EMPRESAS 2010: SEBRAE/RJ – Sergio Malta, Diretor-Superintendente
DESTAQUE TERCEIRO SETOR 2010: Gustavo Rocha, Presidente Instituto INVEPAR
PERSONALIDADE BRASIL DE MEIO AMBIENTE 2010: Prof. Dr. Ivo Pitanguy

Sustentabilidade Empresarial

 Face às rápidas mudanças no mundo empresarial, com destaque para a humanização do ambiente corporativo, as organizações passaram a assimilar novas práticas com um diferencial além de metas e resultados : a transformação sócio-ambiental – cultural de seu clima organizacional interno e externo. Levadas pela avalanche de valores induzidos pela dinâmica da civilização e pelo esgotamento dos recursos naturais, as empresas despertam para a preocupação da preservação do meio ambiente que hoje é um termo recorrente em todos os setores produtivos de um país que se preza.
O meio ambiente, a ética, a geração de empregos e o próprio desenvolvimento sustentável mudaram a face das empresas que passaram a trabalhar atreladas ao planejamento e estratégias providas de sustentabilidade empresarial, uma nova ótica assimilada pelos empreendedores e pela sociedade.
Sustentabilidade empresarial é a adoção de um Sistema de Gestão Empresarial, é manter um controle ambiental sobre os produtos e serviços, é adotar planos e programas de educação ambiental, entre outras do cardápio ambiental.
“ A atenção com a preservação do meio ambiente tem levado o setor privado a investir grandes somas, pois tais recursos já são vistos como fundamentais para uma estratégia dos negócios.
Mesmo não sendo possível precisar o total de investimentos destinados à responsabilidade ambiental, há alguns indícios. De um grupo de 163 grandes e médias organizações estudadas pela Consultoria Pricewaterhouse Coopers, em 2006, 72% declararam ter destinado orçamentos superiores a R$ 1 milhão, nos últimos cinco anos.
Já o IBGE aponta que no período de 1997/2002 as indústrias destinaram R$ 4,1 bilhões para o exercício do controle ambiental”.
Fonte : Gazeta Mercantil
A responsabilidade sócio-ambiental é vital para o crescimento das empresas em todo o mundo. Além da sensibilização e conscientização da escassez de recursos naturais, a conservação do planeta é meta de empresas que buscam competitividade entre parceiras nas corporações globais. Os processos produtivos estão afetos à uma dinâmica gerencial diretamente proporcional ao confronto entre grupos de interesses divergentes nas organizações que buscam o “ esverdeamento “ de suas operações. É uma necessidade e não uma escolha. É imperativo que todas as empresas tenham uma posição de gerenciamento pró-ativo, minimize os resíduos através de reciclagem de materiais e transformem os desafios ambientais em oportunidades de negócios para ter um diferencial de mercado onde se inserem.
A Responsabilidade Social Corporativa – RSC, surgiu a partir dessa nova postura, como uma saída honrosa para as relações da empresa com a comunidade. O despertar da consciência sócio-ambiental impulsionou as estratégias nos negócios para o fortalecimento da imagem e da marca das empresas, incrementos de marketing para a sobrevivência destas. A introdução da variável ambiental no campo do conhecimento tem como um de seus méritos, o rejuvenescimento e a recuperação de antigos elos com outras ciências sociais como a Política, a Sociologia e o Direito. Constanza ( 1991) e Veiga ( 2005) consideram que uma das grandes fronteiras teóricas dos estudos econômicos encontra-se justamente na discussão entre as diferentes perspectivas de incorporação das preocupações ambientais, na análise dos sistemas competitivos inter – firmas. A assertividade na tomada de decisões sobre a responsabilidade sócio-ambiental entra em cena e a propaga em ocasiões oportunas e importantes quando:
1- promovem a imagem da empresa na informação ambiental e na atitude dos funcionários da empresa;
2- influenciam seu comportamento mercadológico com clientes, parceiros, fornecedores e comunidades divulgando ações ambientais desenvolvidas pelas próprias organizações;
3- atenuam os conflitos para uma adequação de conduta;
4- exercem papel fundamental na manutenção da “ essência da marca durante seu processo contínuo e delicado desta construção, num mapa mental em que o meio ambiente é um cenário a ser preservado”.
A responsabilidade sócio-ambiental não é filantropia. Ela deve considerar como compromisso da empresa contribuir com o desenvolvimento sustentável, preservando o meio ambiente, assumindo um papel relevante no bem estar e qualidade de vida de seus empregados. Assim caminha ou deverá caminhar a humanidade.
Carol Salsa, engenheira civil, pós-graduada em Mecânica dos Solos pela COPPE/UFRJ, Gestão Ambiental e Ecologia pela UFMG, Educação Ambiental pela FUBRA, Analista Ambiental concursada da FEAM ; Perita Ambiental da Promotoria da Comarca de Santa Luzia / Minas Gerais.
Texto apresentado à Fundação Getúlio Vargas – FGV durante curso sobre SÉRIES AMBIENTAIS / 2008.
28/02/2009.

Fonte:www.ecodebate.com.br

O que é sustentabilidade?

Banco do Brasil - Sustentabilidade

Relações



A Criação - Como Salvar a Vida na Terra

José Eduardo Mendonça

"É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio"
Carlos Drummond de Andrade, A Flor e a Náusea

Quando eu era menino, o interesse pela natureza era algo perfeitamente óbvio –  tínhamos quintais, e neles formigas, minhocas, lesmas, borboletas, vagalumes, joaninhas e plantas, muitas plantas. Isso numa casa típica, nos anos 1950, pertinho do centro da cidade. Aprendíamos a proteger e a conservar a natureza, assim como a promover diversos experimentos com ela, como plantar tomates ou ficar olhando seres minúsculos em microscópios. A natureza era, antes de mais nada, uma fonte de inesgotável curiosidade e encantamento – e livros, como os de Rudyard Kipling, que escreveu a história de Mogli, o menino-lobo; Monteiro Lobato, com todas as traquinagens de crianças em um sítio, ou a série dos escoteiros em férias em diversos locais do país, de Francisco de Barros Júnior, só faziam aguçar este interesse.

Os quintais, hoje, são raros em uma cidade grande e a diversidade biológica deles encolheu enormemente. Os livros citados ainda existem, em sebos, mas ninguém mais os procura e não fazem parte do currículo escolar. E isso vale para todo o mundo, onde a cultura que prevaleceu foi a de “conquistar” a natureza e de nos mantermos afastados dos “bichinhos” e do “mato”, que passaram a ser ameaça para crianças que crescem atualmente em ambientes murados e protegidos. Então, como fazer para respeitar coisas que conhecemos apenas de segunda mão, através de documentários e caros livros de mesa de centro? De fato, como preservar aquilo que não faz mais parte de nosso cotidiano e de nosso estilo de vida, e considerado pela maioria como algo que existe, em algum lugar, mas não nos diz respeito?

Edward O. Wilson, um dos mais importantes biólogos do mundo, que passou a infância e a adolescência no então exuberante sul dos Estados Unidos, onde iniciou seus estudos sobre aquilo que se tornaria uma paixão e uma grande contribuição ao saber – as formigas –, tem uma chave. Ao descrever sobre a biologia como se contasse uma história, coalhada de curiosidades e de um ardor quase juvenil, ele nos aproxima do encantamento, num divertido passeio pela diversidade, pelo que ela representa e, num tom mais circunspecto, como a ameaçamos e como podemos colaborar para deter a destruição. A chave é a educação.

A forma como ele escreveu seu livro é, ela mesma, um fator de condução da leitura – uma longa carta, dividida em capítulos, a um pastor não nomeado, que interpreta literalmente a Sagrada Escritura cristã e, portanto, rejeita a ciência quando ela trata da evolução das espécies. “Sou um humanista secular”, diz ele. “Creio que a existência é aquilo que nós fazemos dela, como indivíduos. Não há garantia de vida após a morte, e céu e inferno são o que criamos para nós mesmos, aqui neste planeta”. Ele apela ao pastor para que haja um terreno comum entre ciência e religião na questão da conservação biológica. Obviamente, o apelo remete diretamente à cultura dos Estados Unidos, nas quais muitas escolas insistem em ignorar tudo que Charles Darwin revelou, ajudando a alienar milhões de pessoas da natureza por não conseguir perceber o valor que só é possível perceber através do modo mesmo que Darwin postulou – o método científico.

“Não é possível dar uma ideia adequada dos sentimentos superiores de deslumbramento, admiração e devoção que inundam e elevam a mente”. Quem escreveu isso não foi um pastor em êxtase com sua leitura do mundo, mas o próprio Darwin, em 1832, boquiaberto diante da beleza da floresta tropical brasileira. Wilson diz conhecer, no início de sua longa carta, os argumentos religiosos em favor da Criação. Mas quer exibir os seus, o que passa a fazer num relato fascinante do que a vida de cientista lhe revelou.

O caleidoscópio planetário ruma para o humanizado, o simplificado, o instável, diz Wilson. Mas temos de lembrar que há inúmeras microáreas naturais, e que um matinho brota resistente em meio ao concreto de um estacionamento. As criaturas minúsculas que se multiplicam em ambiente de recursos tão minguados, como ácaros, vermes e lagartas, são um último “bastião de resistência”, a “vanguarda da inevitável volta do planeta Terra para o verde e para o azul” – num retorno que se dará com a cooperação inteligente do homem ou após sua extinção pela ignorância e o descaso, mas que se dará.

Wilson nos conta que deve haver na Terra cerca de mil trilhões de formigas, e que elas pesam aproximadamente o mesmo que todos os 6.5 bilhões de seres humanos que habitam o planeta. “As pessoas precisam dos insetos para sobreviver, mas os insetos não precisam de nós”. E se toda a humanidade desaparecesse, não teríamos a extinção de uma única espécie de inseto, à exceção de três formas de piolhos que se aninham na cabeça e no corpo humano. Mas nós não vamos perecer em tal companhia, vamos?

O autor dedica alguns capítulos a educadores, sobre como ensinar a criação. Todos os conservacionistas com os quais discute, diz, concordam que a indiferença geral das pessoas em relação ao mundo vivo “resulta do fracasso do ensino introdutório da biologia”. Então, mãos à obra!

Saia de casa para observar a natureza e leve a família. Leia livros interessantes como este e ensine a seus filhos o que ele lhe ensinou. Informe-se se o currículo escolar de seus filhos dá atenção necessária e adequada à diversidade. Ficar em casa vendo pela televisão um urso branco sobre um pedaço de gelo pode ser um alerta de pessoas e grupos comprometidos, mas convenhamos, não vai servir para muita coisa.

Empresas e o meio ambiente

Relações Socio - Ambientais

Calvin e Haroldo

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A Sustentabilidade e a Lucratividade

          Fonte: imoveissustentaveis.com.br

Responsabilidade Socioambiental

A adoção de boas práticas de responsabilidade social e ambiental não é mais questão de boa intenção, mas de competitividade e sobrevivência

Por Mirian Blanco


Olga Kushcheva/Shutterstock
Taxas de juros mais atrativas na captação de recursos, maior poder de atratividade e retenção de talentos, marca fortalecida entre clientes e mercado, empreendimentos mais atualizados e valorizados. Sim, esses são os ganhos da responsabilidade socioambiental. Que a sustentabilidade corporativa está diretamente ligada ao respeito ao ser humano e ao meio ambiente, não há dúvidas. Mas falemos do terceiro item desse tripé, negócios: construtoras e incorporadoras socialmente irresponsáveis serão economicamente inviáveis. Em pouco tempo. A seguir, conheça os ganhos da responsabilidade social e ambiental e como elas podem assegurar o crescimento e desenvolvimento do negócio no longo prazo.                                                                                  
Valorização da marca
Ações comprometidas com valores sociais e relativos ao meio ambiente são fortes elementos de valorização da marca e da reputação da incorporadora/construtora frente a diversos públicos. "A adoção da responsabilidade socioambiental proporciona um grande valor agregado à imagem corporativa da empresa que pode ser comunicado aos clientes, colaboradores, sociedade e demais partes interessadas", diz Danusa Nascimento, consultora em sustentabilidade corporativa do CTE (Centro de Tecnologia de Edificações).
Da valorização da marca, derivam outros ganhos diretos, como fidelização de contratantes, que, atualmente, exige rigor acentuado por conta da redução do número de obras. "Em igualdade de condições, o cliente, numa licitação ou concorrência, vai preferir uma empresa com comportamento ético do que outra sem esse diferencial", diz Hugo Marques da Rosa, presidente da Método Construtora.
Na análise de Teodomiro Diniz Camargo, presidente da Câmara da Indústria da Construção da Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), tudo se trata de confiança, matéria-prima de um setor que não vende produtos acabados, mas, sim, a promessa de produção. "Um dos itens que gera confiança na empresa e credibilidade no negócio é a forma como ela encara as relações com a sociedade e ambiente", explica. A Fiemg, por meio da Câmara de Construção Civil, incorporou a construção sustentável como referência na formação dos filiados.
Atração de profissionais
Outro fator competitivo reforçado pela responsabilidade socioambiental é o aumento da capacidade da empresa em atrair e reter talentos. Segundo Hamilton Franck, presidente do Sistema Sinduscon-PR/Seconci, esse tem sido, na experiência da entidade, o principal objetivo das pequenas e médias construtoras ao adotar as boas práticas em sua gestão empresarial. "As empresas com visão de longo prazo implantam ações de responsabilidade social porque enxergam nisso uma fidelização de seus colaboradores."
Hugo Rosa, da Método, também identifica essa preferência. "Em geral, as pessoas gostam de trabalhar em empresas éticas, e responsabilidade socioambiental não é nada a mais do que isso." Para ele, todos esses fatores de melhoria nos relacionamentos da construtora reduzem riscos de negócio. "Quando a empresa tem uma relação ética com seus fornecedores, com a comunidade, com seus clientes internos, dificulta ações antiéticas como fraudes, corrupção, desvios de comportamento e financeiros."
Facilidade no crédito
Há sinais claros no mercado que apontam para que a concessão de crédito e a captação de recursos sejam cada vez mais pautadas por exigências socioambientais. Muitos fundos de investimento e o próprio Banco Mundial estabelecem critérios mínimos relativos à sustentabilidade para concessão de crédito. No financiamento à construção, o Banco Real já oferece linhas diferenciadas para construtoras que tenham projetos socioambientais e a Caixa Econômica Federal trabalha no desenvolvimento de um selo verde para avaliar edificações.
Para as empresas de capital aberto, a Bovespa criou o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial), que atende a uma tendência mundial de investidores cada vez mais interessados em empresas socialmente responsáveis e rentáveis para aplicar seus recursos. A consultora Danusa Nascimento aponta ainda que a Vale do Rio Doce ou a Petrobras (principais contratantes do País) exigem que seus fornecedores, como construtoras e prestadores de serviços, não só tenham as certificações ISO 9000 e ISO 14000 como também evidenciem suas práticas de responsabilidade social. Imagina-se que em médio prazo a exigência passe para o setor público.
No BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), toda operação de financiamento a empreendimento construtivo passa por uma checagem sobre o impacto ambiental do projeto e as práticas socioambientais da empresa responsável. O banco também financia retrofits voltados à economia energética. "Oferecemos condições melhores em taxas de juros, nível de participação e prazos para os projetos socioambientais", conta Eduardo Bandeira de Mello, coordenador do departamento de meio ambiente do banco. "Não tenho a menor dúvida de que a sustentabilidade empresarial será uma exigência do próprio mercado imobiliário, em curto tempo. Em escritórios, hoje já é uma realidade", diz.
Produtos diferenciados
A adoção de critérios socioambientais nas construtoras também tem resultado em produtos mais valorizados no mercado. "Exemplo disso é o valor do aluguel de edifícios de escritórios certificados pelo Green Building (Leed), que tem se situado em valores 15% maior que edifícios concorrentes de mesmo perfil", comenta Danusa. Em geral, edifícios com soluções para redução no consumo de água e energia são mais valorizados e têm taxas menores de condomínios. Na Europa, edifícios construídos com os conceitos de sustentabilidade resultaram numa ocupação em torno de 3% a 4% maior, aluguel de 3% a 4% mais elevado e, na França, taxas de retorno de investimento de 10% pela rentabilidade do imóvel.
"Um outro aspecto a ressaltar nas vantagens competitivas é o crescimento da demanda por produtos e processos sustentáveis. Se uma empresa tem essas preocupações, certamente sairá na frente da concorrência em pouco tempo", diz Carlos Eduardo de Almeida, presidente da CTCS (Câmara Técnica de Construção Sustentável) do CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável). Segundo ele, "no longo prazo, a sustentabilidade será, inclusive, determinante na sobrevivência das empresas".
Como adotar a responsabilidade empresarial?
Recentemente, a Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) lançou o Guia da Sustentabilidade, um manual básico que ajuda empresas de qualquer porte a balizar seus projetos sob os conceitos da responsabilidade socioambiental. O guia pode ser acessado por meio do endereço www.fiemg.com.br/cidadania, na seção "conhecimento empresarial".
Em geral, um programa de sustentabilidade começa na alta direção da empresa, que define esse conceito como um valor estratégico e o desdobra para a gestão corporativa e para os empreendimentos.
Danusa Nascimento, consultora em sustentabilidade corporativa do CTE (Centro de Tecnologia de Edificações), recomenda os seguintes passos para adoção da responsabilidade socioambiental:
  •  Diagnostique como a empresa está posicionada em termos de boas práticas de sustentabilidade, analisando estratégia, processos de trabalho, cultura interna e estrutura de gestão.

  •  Eleja as prioridades da empresa e elabore um plano de ação que envolva os processos corporativos e produtos com questões relativas a projetos e obras, e a aspectos ambientais de empreendimentos, de responsabilidade social, educação e sensibilização dos colaboradores.

  •  Implante o programa e não se esqueça de monitorá-lo e avaliá-lo de forma a corrigir desvios e promover ações de melhoria. Nessa fase, informe os públicos de interesse que a empresa está em um caminho sustentável.

  •  Após consolidação do escopo inicial, redefina uma nova fase, com novas prioridades mais aprimoradas, e a implante, monitorando-a e divulgando-a.
  •  Defina e implante um escopo avançado da sustentabilidade para atingir as diretrizes contidas nos referenciais de boas práticas socioambientais existentes no mercado.

Fonte: revista.construcaomercado.com.br